MEC lança publicações sobre como responder ao bullying

Foto: João Stangherlin/MEC

Foram lançados, nesta quinta-feira (5), em Curitiba (PR), o 2º Boletim Técnico sobre Bullying e Cyberbullying, o Protocolo de Enfrentamento ao Bullying e o Guia Rápido de Ação, para amparar ações de enfrentamento

O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta quinta-feira, 5 de junho, publicações para orientar as redes municipais e estaduais de educação, além das escolas particulares, sobre como enfrentar os casos de bullying e cyberbullying nas escolas do país. O lançamento ocorreu no Seminário Internacional pelo Enfrentamento do Bullying nas Escolas, realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba (PR). O evento é uma ação estratégica que marca os 10 anos da Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). 

No seminário, a secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Zara Figueiredo, lançou o 2º Boletim Técnico sobre Bullying e Cyberbullying, o Protocolo de Enfrentamento ao Bullying e o Guia Rápido de Ação. Na mesa de abertura, a secretária afirmou que o debate é oportuno e necessário, já que o boletim aponta para um aumento do bullying nos ensinos fundamental e médio, acompanhado da elevação do cyberbullying. 

“Nossa preocupação, junto com o fenômeno do bullying, é com quem são os sujeitos que mais têm sofrido esse bullying. E, quando a gente investiga, vemos que esses sujeitos são as comunidades LGBT, negros, indígenas. São sujeitos que já têm camadas e camadas de desigualdade dentro da educação”, lamentou. O documento técnico apresentado reuniu dados sobre bullying e cyberbullying nas escolas brasileiras. 

Segundo a pesquisa, mais da metade dos estudantes do 9º ano relataram já terem sofrido bullying, com maior incidência entre meninos e entre estudantes em situação de maior vulnerabilidade social. O boletim destaca ainda o crescimento do cyberbullying, especialmente entre meninas, com impactos relevantes sobre a saúde mental e o desempenho escolar. 

“Quando se compara nível de aprendizagem, há uma lacuna gigantesca de evasão, de permanência, de reprovação. Então, esses sujeitos são objetos desse aumento exponencial de bullying e cyberbullying. Eles já vêm de um processo que, ao trazer o bullying, aumenta a camada de desigualdade sobre eles”, alertou Zara Figueiredo. “E chegamos a um ponto central, que é o direito à educação. Então, quando a gente discute bullying e cyberbullying, está muito claro para nós que não é uma questão de ‘mimimi’, como querem alguns, ou uma questão de vitimismo, como querem outros. Bullying e cyberbullying têm tido um efeito direto sobre a garantia do direito à educação”, observou. A secretária da Secadi também reforçou a importância da colaboração entre os entes federados na implementação das políticas de combate às desigualdades e violência no ambiente escolar.  

Ainda segundo Zara Figueiredo, há estados brasileiros que ainda não aderiram a políticas educacionais do ministério relacionadas ao assunto, como o programa Escola que Protege. “Esse é um elemento que nós vamos precisar lidar. Quando eu pego os dados do Escola que Protege, que diz respeito à formação, à justiça restaurativa e à resposta à violência extrema, o Centro-Oeste e a região Sul representam os números mais baixos de adesão. Em Goiás, apenas 58% dos municípios aderiram; em Mato Grosso, 50%; e em Mato Grosso do Sul, 46%. A região Sul teve a menor adesão ao programa. A média ficou em 59%; o Paraná, com 42%; Rio Grande do Sul, 71%; e Santa Catarina, 63%”, lamentou. 

Por fim, Zara Figueiredo enfatizou a importância da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) para a adesão ao programa Escola que Protege. 

Acesse os documentos na página do programa Escola que Protege.  

Com informações da Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secadi

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *